África
Na
Mitologia Yoruba, a dona do mar é
Olokun que é mãe de Yemojá, ambas de origem
Egbá.
Yemojá, que é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo
Egbá, por sua ligação com Olokun, Orixá do
mar (masculino (em
Benin) ou feminino (em
Ifé)), muitas vezes é referida como sendo a rainha do mar em outros países. Cultuada no rio Ògùn em
Abeokuta[
editar] História
Pierre Verger no livro Dieux D'Afrique
[1] registrou: "Iemanjá, é o orixá dos
Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre
Ifé e
Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para
Abeokuta, no início do
século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com
Ògún, o orixá do
ferro e dos
ferreiros."
[
editar] Brasil
Yemanja - escultura de
Carybé em
madeira (
Museu Afro-Brasileiro,
Salvador (Bahia),
Brasil.
No
Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras, e até por membros de religiões distintas.
Em
Salvador, ocorre anualmente, no dia
2 de Fevereiro, uma das maiores festas do país em homenagem à "Rainha do
Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em
procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como
espelhos,
bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no
Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a dividade. A celebração também inclui o tradicional "Banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à Orixá.
Na
Umbanda, é considerada a divindade do
mar, além de ser a deusa padroeira dos náufragos.
Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta
—
Jorge AmadoAlém da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A
alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de "
sincretismo" encontrada pelos
negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais "manifestações pagãs" em suas propriedades
[2]. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a "Janaína do
Mar" e como canções litúrgicas.
[
editar] Qualidades
Yemowô - que na África é mulher de Oxalá,
Iyamassê - é a mãe de Sàngó,
Yewa - rio africano paralelo ao rio Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá,
Olossa - lagoa africana na qual desaguam os rios Yewa e Ògún,
Iemanjá Ogunté - que casa com Ògún Alagbedé,
Iemanjá Asèssu - muito voluntariosa e respeitável,
Iemanjá Saba ou Assabá - ela é manca e está sempre fiando algodão é a mais jovem.
Dia: sábado
Data: 2 de fevereiro;
Metal: prata e prateados;
Cor: prata transparente ou verde água;
Comida: manjar branco, acaça, peixe de água salgada, bolo de arroz;
Arquétipo: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, altivos, algumas vezes, impetuosos e arrogantes.
Símbolos: abebé prateado
[
editar] Sincretismo
Oferenda para Iemanjá.
Existe um sincretismo entre a santa
católica Nossa Senhora dos Navegantes e a
orixá da
Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem
[3][4]. No
Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá
[5] tem sua data festiva no dia 2 de
fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão
fluvial.
Em
Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o
Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregavam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro
ecumênico assistido da orla por várias pessoas
[6].
No dia
8 de dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a
Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia,
Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em
Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar - também conhecida como Janaína
Na capital da
Paraíba, a cidade de
João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.